terça-feira, 29 de junho de 2010

Que venha a concorrência!




“Aprendi muito. Melhorei o que já sabia e sei aproveitar melhor as horas de estudo”



Orientada por especialistas há três meses, Helga começa a se preparar para estudar sozinha. Com o acompanhamento, candidata ao STF está mais tranquila e confiante...


Um turbilhão de sentimentos e aprendizagens rodearam Helga Oliveira nos últimos três meses. Desde que começou a ser orientada pelo especialista em técnicas de estudo Rogerio Neiva e a coach e psicóloga Sabrina Ferroli, a concurseira experimentou o conforto e o desconforto de estudar para concursos. Aspirante a um cargo de analista do Supremo Tribunal Federal (STF), a jovem bibliotecária de 27 anos aperfeiçoou os conhecimentos que tinha sobre como se preparar para seleções públicas com a ajuda dos profissionais. A trajetória dessa história tem sido contada no Concursório, projeto publicado no blog S.O.S Concurseiro e aqui, no Eu, concurseiro.

A evolução ao longo desses meses é visível. “Percebo que ela conseguiu coordenar sua capacidade cognitiva e fortalecer sua disciplina para os estudos”, comentou Rogerio Neiva, que é juiz do trabalho e professor de cursos preparatórios. Na visão de Sabrina, a conquista de Helga é motivo de comemoração. “Quando comecei a atendê-la, ela estava assustada e com um alto nível de estresse. Em poucas sessões, senti que Helga está mais tranquila e tem mais certeza do que quer e de como alcançar isso”, diz a coach. Esses pontos exigiram cuidado no início do projeto. A preocupação de Rogerio e Sabrina não era com o tempo que a concurseira levaria para ser aprovada em uma seleção, mas com a forma com que ela se veria no cargo. “Ela não tinha compreendido a importância de se ter um objetivo e o sentido dessa definição”, comentou o especialista em técnicas de estudo depois dos primeiros encontros.

Organização
Pouco depois que se formou em biblioteconomia, em 2007, a brasiliense percebeu que faltava um espaço para ela na iniciativa privada. Com salários médios de R$ 1,5 mil a R$ 2,5 mil, seria difícil pôr em prática alguns planos e sonhos, como viajar e praticar esportes radicais. A solução encontrada foi se dedicar integralmente aos concursos.

Antes da ajuda dos especialistas, as longas horas de leitura e exercícios não surtiram o resultado desejado. “Consegui ser aprovada em dois ou três (concursos), mas fora do número de vagas do edital”, lembra Helga, que completa: “Vi, um por um, meus amigos passando em concurso e me perguntava por que não dava certo comigo”. Cansada do esforço não recompensado, ela procurou o S.O.S Concurseiro pedindo orientação e foi acolhida por Rogerio e Sabrina.

De um lado, o juiz do trabalho esquematizou a rotina de estudos por meio do Sistema Tuctor, que ele mesmo criou. “É uma forma de sistematizar, planificar e racionalizar o processo de preparação”, explica. De outro, os aspectos emocionais e motivacionais foram trabalhados por Sabrina Ferroli, especialista em coaching. “Suas principais fraquezas eram a dificuldade em manter o foco e assumir as responsabilidades de suas escolhas. Boa parte disso ficou para trás”, pontua Sabrina.

Ajustes
No início, a grade de estudo tinha 10 horas por dia: quatro de manhã, quatro à tarde e duas à noite, seis vezes por semana. Por quatro semanas, o planejamento funcionou, apesar do cansaço. “Não estava fazendo atividades físicas e me desgastei muito. Preferi reduzir as horas da noite para descansar”, conta Helga. Mesmo cortando 12 horas semanais, o rendimento aumentou. “Considerando a produtividade das últimas semanas e principalmente da última, as metas estão sendo perfeitamente cumpridas”, detalha Neiva.

Para as duas próximas semanas, a reta final do Concursório, Sabrina e Rogerio farão os últimos ajustes para que a concurseira possa seguir sozinha. “Aprendi muito. Melhorei o que já sabia e sei aproveitar melhor as horas de estudo”, comenta Helga. Ela sabe que a trajetória mal começou e que ainda há muito a ser feito. “Essa é só a primeira etapa de muitas até eu conseguir ser aprovada. Estou no caminho certo.”

quarta-feira, 16 de junho de 2010

PREPARAÇÃO PARA CONCURSOS PÚBLICOS E COPA DO MUNDO


Preparação para concurso público e copa do mundo? Lendo o título do texto, você pode estar se perguntando: mas qual a relação entre uma coisa e outra? Há algum sentido nesta tentativa de relacionar assuntos tão distintos e, ao menos aparentemente, tão antagônicos?

Muito bem, o primeiro aspecto merecedor de destaque consiste no fato de que, pessoalmente, analisando minha trajetória de candidato, faz todo o sentido a associação dos referidos temas. Em 1998, em plena Copa da França, após terem se encerrado as aulas do meu último semestre da graduação, iniciava a vida no mundo dos concursos públicos, estando, já durante a Copa, em andamento o processo de preparação. Assim, tinha que conciliar os jogos do Brasil com a biblioteca.

Em 2002, também em plena Copa do Mundo, agora do Japão/Coréia do Sul, estava em vias de ocorrer a prova oral do concurso da Magistratura no qual fui aprovado, de modo que, mais uma vez, tinha que conciliar os jogos da Seleção Brasileira com os estudos, o que era um pouco mais fácil, considerando o atípico horário das partidas. Vale esclarecer que nos concursos públicos da Magistratura, quando o candidato chega à prova oral, significa que já passou pela prova objetiva, pela prova dissertativa e pela prova de elaboração sentença, consistindo (a prova oral) na quarta etapa do certame. Ou seja, já trilhou algum caminho e se encontra num momento bastante delicado e estratégico, com o qual não se pode brincar, exigindo muita dedicação e cuidado.

Porém, apenas para que você não se assuste com o mencionado tempo decorrido entre o início da preparação (na copa de 1998 na França) e a prova oral na qual fui aprovado (Copa de 2002), o que corresponde a exatos quatro anos, esclareço que neste período obtive a aprovação em outros concursos, tendo exercido os cargos de Procurador de Estado e Advogado da União. Assim, ao longo do referido lapso temporal e do mencionado processo de preparação, pude experimentar algumas vitórias, não tendo ficado permanente por conta dos estudos.

Já em 2006, na Copa da Alemanha, tendo alcançado a carreira pública pretendida, e inclusive vitaliciado no cargo, tive a oportunidade de desfrutar da experiência de viver a Copa do Mundo na sua plenitude. Assistir os jogos da nossa Seleção sem preocupação, viver o clima festivo envolvido, desfrutar das comemorações participando dos eventos produzidos para que se pudesse aproveitar a alegria das vitórias com festas, shows, churrascos e festividades congêneres.

Enfim, o que não vivenciei em 1998 e 2002, como qualquer outro brasileiro que atribui um sentido cultural rico e especial à Copa do Mundo, pude experimentar de forma intensa em 2006. E mais, aprovado no concurso público e em pleno exercício do cargo almejado.

É bem verdade que a referida Copa poderia ter sido melhor se o Brasil não tivesse esbarrado na França e o nosso então quarteto mágico (Ronaldo, Ronaldinho, Kaká e Adriano) não houvesse promovido a frustração experimentada por todos nós. Também se não existissem os carrascos Zidane e Henry. Mas até onde foi, ao menos para um ex-candidato que vivia algo antes privado, valeu bastante!

Obviamente que tinha minhas pilhas de processos conclusos, o que gerava e gera alguns transtornos. Porém, nada comparado às restrições da vida de candidato.

E um outro detalhe ainda sobre Copas do Mundo. Em 1994, Copa dos Estados Unidos, quatro anos antes da Copa de 1998, estava vivenciado o processo do vestibular. Contudo, para meu alívio, o resultado da UnB foi divulgado no domingo da final. Dia em que, após o pênalti perdido por Roberto Baggio, o Brasil se tornava tetracampeão e eu ganhava um premio adicional com o resultado do vestibular. Dupla comemoração!

Diante deste relato, retratando as experiências de um candidato como qualquer outro, quais lições podem ser extraídas?

Primeiramente, saliento que não tenho dúvidas de que muitos, inclusive leitores deste texto, estão vivendo situações semelhantes. Seja a experimentada por mim em 1998, seja a vivenciada em 2002.

Mas o fundamental que tudo isto demonstra, de maneira real, efetiva, verdadeira e empírica, é que a preparação para o concurso público consiste num processo que precisa ser compreendido e vivenciado. As angústias e dificuldades são naturais e fazem parte da trajetória de qualquer candidato que hoje ocupa o cargo público pretendido. Basta ler os textos da pauta do Relato de Êxito.

Pode parecer simplório e até alta-ajuda para concursos – tema do qual não sou muito simpático, mas é inegável que a preparação se trata de um processo com começo, meio e fim.

Obviamente que, sendo um processo e ao mesmo tempo um empreendimento, ainda que de natureza cognitiva e intelectual, precisa ser planejado, executado e monitorada a execução. Ou seja, é preciso que o candidato aprenda não apenas a executar, mas a viver a implementação do seu plano de estudos. Inclusive, conforme tenho reiteradamente sustentado, procurando trabalhar o prazer em aprender no âmbito da preparação para o concurso público.

Se nesta Copa de 2010 você está no papel que estive em 1998 ou 2002, tenha a convicção de que, fazendo a sua parte de maneira adequada, contando com um planejamento da preparação bem estruturado e o executando de forma correta, na Copa de 2014 provavelmente estará em outro papel. Sairá da condição de torcedor-candidato, submetido a algumas limitações, e passará a ser um torcedor na sua plenitude, podendo vivenciar de maneira completa este rico momento que compartilhamos coletivamente a cada quatro anos.

Portanto, tenha a certeza de que os sacrifícios de hoje posteriormente serão recompensados. Não tenha dúvida disto. Uma preparação que conte com um plano de estudos corretamente estruturado, sendo executado adequadamente e contando com mecanismos de monitoramento e controle da sua execução, ou seja, adotando uma preparação de alto rendimento, terá como conseqüência lógica e natural a aprovação. Contudo, também é importante que saiba viver este processo, inclusive promovendo a gestão das condições emocionais.

Enfim, para aqueles que ainda estão na busca da aprovação no concurso pretendido, espero que na próxima Copa estejam vivendo a plenitude da condição de torcedor.

Sucesso aos candidatos e à Seleção Brasileira!!!