terça-feira, 27 de abril de 2010

PREPARAÇÃO PARA CONCURSO E O PRAZER EM APRENDER:

Um tema de grande relevância e que conta pouca atenção, principalmente em termos de produção intelectual, consiste na idéia de trabalhar o prazer em aprender no âmbito da preparação para o concurso público. Na realidade, tal importância consiste não apenas em trabalhar o prazer em aprender, mas também identificar a falta do prazer em aprender, bem como as suas conseqüências no processo de busca da aprovação.

Neste sentido, primeiramente, é fundamental reconhecer que muitos candidatos apresentam resistências a determinadas matérias. Não é incomum ouvir de candidatos, que não contam com formação acadêmica na área do Direito, manifestarem tais dificuldades e resistências em relação às matérias jurídicas.

É importante compreender que tal resistência geralmente decorre da percepção de dificuldade em relação a determinada matéria, ou da falta de vontade em estudá-la. Ou seja, aí normalmente reside a fonte da falta do prazer em aprender.

Naturalmente que se esta matéria é classificada como importante para o concurso almejado, o cenário se torna ainda mais complicado. Vale dizer que o conceito de importância da matéria pode decorrer da quantidade de questões passíveis de cobrança no momento da prova, do peso atribuído a estas questões ou da complexidade dos conteúdos cobrados.

No âmbito da ciência voltada ao estudo do processo de aprendizagem, há um campo do conhecimento denominado matemática emocional, a qual tem por objeto exatamente a análise dos fatores emocionais que interferem nas resistências e dificuldades para o referido aprendizado. Dentre as construções desenvolvidas, destaca-se a noção de que na esfera do domínio afetivo existem valores e crenças que, inegavelmente, acabam por influenciar ou comprometer a aprendizagem. Ou seja, não é preciso se esforçar muito para constatar que há uma íntima relação entre a falta do prazer em aprender – a qual é influenciada por fatores emocionais, e a dificuldade para o aprendizado. Inclusive, existem estudos indicativos que estas limitações podem contar com repercussões até mesmo fisiológicas, causando, por exemplo, dor de cabeça durante os estudos.

Portanto, considerando todas as premissas e ponderações apresentadas, é possível que, em maior ou menor grau – e espero que seja em menor, em relação a alguma ou algumas matérias, você esteja com algumas resistências e limitações quanto ao prazer em aprender. E isto, naturalmente, tende a ser um obstáculo na sua preparação para o concurso público.

Vale salientar que, conforme venho sustentando em textos no Blog, no livro sobre o tema da preparação para concursos públicos, palestras e no DVD da palestra, o referido objetivo precisa ser encarado e compreendido como um empreendimento de natureza cognitiva e intelectual. Isto é, um empreendimento no qual a obra a ser construída consiste na apropriação de um conjunto de informações e conhecimentos passíveis de cobrança no momento da prova.

Assim, de modo a superar a limitação decorrente da falta do prazer em aprender, uma primeira idéia fundamental consiste na identificação da utilidade, importância e sentido do conhecimento estudado. Não há dúvida de que todo e qualquer conhecimento cobrado no edital, em regra, conta com alguma utilidade e importância que vai além da preparação para a prova.

Apenas a título de exemplo, no caso do Direito, aprender Constitucional significa compreender as regras básicas e fundamentais de funcionamento de nossa sociedade. Significa ver no noticiário que o STF está discutindo a legitimidade de um ato do Presidente da República ou a constitucionalidade de uma lei e entender o sentido disto. Significa saber o sentido e os limites do poder de polícia de uma autoridade administrativa que nos aborda. O mesmo vale para outros campos do conhecimento, como a Língua Portuguesa, o Raciocínio Lógico, a Administração Financeira e Orçamentária ou a Contabilidade.

Dessa maneira, não há dúvida de que é possível identificar o sentido e a utilidade no estudo para o concurso público, os quais vão além da prova. E isto geralmente vale para todas as matérias previstas no edital.

Outra atitude importante consiste em procurar sentir e vivenciar o prazer do aprendizado, independente objeto de aprendizagem. Todos nós, enquanto seres humanos, temos estruturas cognitivas voltadas à aprendizagem, inclusive por uma questão de sobrevivência. Existem estudos indicativos de que passamos a ser bípedes por um processo de aprendizagem, pois nem sempre tivemos esta condição. Isto significa que fomos biologicamente concebidos para aprender, sendo que, logicamente, o prazer em aprender é algo mais do que natural. A satisfação com a conquista do conhecimento apropriado é inerente à natureza humana, sendo que sentirmos prazer em aprender determinado conhecimento consiste em algo mais do que natural.

As duas idéias apresentadas também se relacionam com um aspecto estratégico de grande importância para a preparação. Trata-se da preocupação e foco no processo. Ou seja, não sermos refens de uma preparação por um resultado – ainda que tenhamos claro que o nosso objetivo finalístico e principal consiste na aprovação.

Mas a idéia é estarmos focados no processo, na execução do plano, tendo na aprovação uma conseqüência lógica. Vale lembrar que na preparação para o concurso público temos um objetivo mediato e outro imediato. O objetivo mediato consiste na aprovação, ao passo que o objetivo imediato consiste no desenvolvimento de um processo de apropriação do conhecimento eleito como passível de cobrança no momento da prova.

Ou seja, por um lado, é preciso trabalhar com a idéia de que vou estudar apara aprender e sei que este conhecimento a ser aprendido me proporciona prazer, pois sou um ser humano dotado de um equipamento biológico que, naturalmente e filogeneticamente, gera satisfação ao me apropriar de um objeto cognitivo. Além do mais, também é fundamental compreender que este conhecimento tem alguma utilidade na minha vida, inclusive enquanto cidadão.

Por outro lado, outra atitude importante consiste em estar focado no processo. Ou seja, não apenas buscar ter satisfação no aprender, mas também admitir como objetivo o alcance de metas de curto prazo, correspondentes ao cumprimento do que foi estabelecido no âmbito do planejamento de estudo. Para os usuários doTUCTOR, uma atitude importante consiste em estar focado na superação ou alcance dos indicadores de metas de desempenho estabelecidos no sistema.

Concluindo, é preciso que o candidato procure trabalhar o prazer em aprender ao longo da preparação para o concurso. Além do mais, também é preciso estar focado na execução do planejamento, ou seja, no processo. Trabalhando com as referidas noções, a conquista da aprovação passa a consistir numa conseqüência lógica e natural.

Sucesso na busca da aprovação e bom cultivo da satisfação com os estudos!

ROGERIO NEIVA

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Programa na nuvem ajuda candidato a passar em concursos públicos



Tuctor também auxilia na preparação para vestibular e exames da OAB

A realidade de muitos jovens passa pelo sonho de passar em um concurso público, passar no vestibular ou, em casos mais específicos, no exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Já estava na hora de alguém pensar num programa que ajudasse nesse processo. Noites sem dormir debruçados sobre livros agora podem receber a ajuda do Tuctor, um programa online que ajuda o estudo dos candidatos.

O programa é fruto do trabalho de Rogério Neiva Pinheiro, professor, juiz do Trabalho e especialista em preparação para concursos e exames. Com o sistema, por exemplo, um candidato ao exame da OAB pode conseguir a total preparação com cerca de 200 horas de estudo. A ferramenta entra agora em fase final de desenvolvimento e já conta com 6 mil usuários cadastrados, segundo dados de abril de 2010.

"O sistema consiste em uma ferramenta de gerenciamento e estruturação de programas de estudo, além de atuar como motivador de sua execução. O usuário insere todas as variáveis para a preparação, tais como matérias, fontes de estudo, entre outros elementos. Então o sistema mostra o caminho a ser seguido e acompanha a sua evolução por meio de uma série de indicadores”, afirma Neiva.

Caso o aluno não siga o planejamento estipulado pelo Tuctor, é informado o tempo a mais de estudo necessário para atingir o objetivo e o quanto será preciso estudar a mais semanalmente para compensar a falha. “Com esta informação, o candidato, por exemplo, saberá se o atraso fará com que ele estude ou não todo o conteúdo previsto até o dia da prova”.

Para auxiliar na preparação, o Tuctor traz alguns programas de estudo já prontos, com matérias e bibliografia indicada para concursos e exames, como o da OAB. Entretanto, o sistema pode ser utilizado para qualquer tipo de prova, bastando ao usuário abastecer a sua conta com as matérias estabelecidas no edital aberto atualmente ou do anterior, isto no caso dos exames já esperando, mas que ainda não tiveram o edital publicado.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Veja as dicas do professor Rogerio Neiva e monte sua estratégia de estudo



1º passo: Área de interesse
O planejamento dos estudos para concursos começa com a área em que se quer atuar. Apesar das matérias comuns, há muitas diferença entre as disciplinas específicas das áreas administrativa, jurídica e tributária, por exemplo.

2º passo: Objetivo
Ter um “destino final” como servidor público permite estabelecer metas intermediárias e também serve para estimar um tempo mínimo necessário para conquistar a aprovação. Caso não exista um cargo específico, pode-se definir características como o nível de escolaridade e a faixa salarial.

3º passo: Tempo
Faça uma tabela com os dias da semana (inclusive fins de semana) e os turnos. Inclua trabalho, tarefas domésticas, atividades físicas e religiosas. Não defina o tempo de descanso e lazer nesse momento. Com a tabela pronta, será possível visualizar os horários livres e “negociar” esses aspectos. Lembre-se de construir uma tabela coerente e realista, preservando os horários de refeição e de sono.

4º passo: Conteúdo
O volume e o conteúdo variam muito de concurso para concurso. Mas há matérias básicas, como português, raciocínio lógico, direito constitucional e administrativo. Definidos o objetivo e área de atuação, liste as disciplinas comuns à maioria das seleções que se encaixam no perfil desejado. Priorize estudá-las para que, quando uma prova estiver mais próxima, você possa se dedicar somente às específicas.

5º passo: Fontes de estudo
Decidir por onde estudar também faz diferença no resultado. Procure separar livros, apostilas, provas. Converse com outros candidatos, professores de cursos preparatórios e leia bibliografia de editais a fim de encontrar as fontes de leitura e exercícios.

6º passo: Autoavaliação
O objetivo é fazer o planejamento funcionar e, não raro, é necessário fazer alterações e adaptações na estratégia. Resolva provas anteriores — não só os exercícios —, contabilize os resultados e revise os pontos em que encontrou mais dificuldade antes de seguir com a matéria. Observe também se o tempo planejado para estudar condiz com a disponibilidade e a agenda das demais atividades.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Nome do Candidato de Êxito: ANA MARIA SILVA TAVEIRA
Cargo atual: PROCURADORA DA FAZENDA NACIONAL

Meu nome é Anamaria Silva Taveira, tenho 29 anos e ocupo o cargo de Procurador da Fazenda Nacional. Sou casada e me tornei mãe recentemente. Moro, sou lotada, bem como nasci e cresci em Brasília.

Sou formada em Direito, tendo concluído a minha graduação no final de 2003. Além do concurso para o cargo que ocupo atualmente, fui aprovada nos concursos de Analista do MPU, Advogado da Petrobrás, Advogado da Eletronorte e Advogado da Embrapa, não tendo, porém, ocupado nenhum destes cargos.

Passei no concurso de Procurador da Fazenda Nacional no primeiro semestre de 2006 e tomei posse em maio de 2007.

Iniciei a preparação no começo de 2004. Montei um planejamento apenas com a definição da grade de horários e matérias, não tendo elaborado uma organização de conteúdos seqüenciados. Mas seguia a grade montada com disciplina, mesmo não contando com uma definição prévia do conteúdo que estudaria a cada dia. Considero que se tivesse estruturado um planejamento mais detalhado teria tornado minha preparação mais eficiente.

Fiz quatro cursos preparatórios. Somente estudava em bibliotecas. Tinha o hábito de estudar em grupo, mas apenas na atividade de resolução de provas em conjunto, o que fazia todos os finais de semana. Durante o meu processo de preparação tive a felicidade de ficar por conta dos estudos, de modo que normalmente estudava em média 48 hs por semana.

Experimentei muitos momentos de desânimo. Não foram poucos! As vezes me desesperava ao ver as pessoas passando, enquanto eu não conseguia a aprovação. E o pior foi que em diversas ocasiões eu “batia na trave”, ou seja, por poucos pontos não passava. Esta situação desencadeava um desânimo quase desesperador.

Dentre as principais dificuldades que enfrentei, uma primeira era ter que estudar matérias que não gostava e não tinha afinidade. Também me incomodava situações nas quais outros candidatos, em véspera de provas, vinham abordar assuntos que eu não havia estudado, principalmente com colocações do tipo “mas você não estudou este assunto???”. Assim, passei a evitar conversar com as pessoas na véspera de prova. Outro incômodo semelhante era o comportamento de alguns candidatos que tinham o hábito de, após a prova, firmar posições sobre respostas sem mesmo ter saído o gabarito, o que muitas vezes me gerava a frustração de achar que havia errado determinadas questões, sendo que, ao sair o gabarito, descobria que estavam corretas.

Soube da aprovação por meio de uma amiga que me telefonou. Ela também havia passado no mesmo concurso. Na ocasião eu estava na biblioteca estudando. No entanto, minha colocação não havia sido das melhores e, logo que recebi a notícia, não achei que seria nomeada, de modo que apenas avisei meus pais e voltei a estudar. Passadas algumas semanas, entrei em uma lista de discussão na Internet e começaram os boatos de que, pela previsão de candidatos a serem nomeados, eu também poderia ser chamada. Aí comecei a me empolgar e valorizar a aprovação.

Mas o ápice de todo este processo veio com a nomeação. Até chegar este momento eu tinha dúvidas e estava insegura. Soube da notícia através de uma prima que me ligou, informando que meu nome estava no Diário Oficial. Eu estava indo ao dentista e comecei a chorar e gritar de felicidade. Cheguei chorando no consultório do dentista e dei um forte abraço nele, o qual não entendeu nada!

Quanto aos conselhos aos candidatos, minha principal recomendação é não desanimar. Tenho toda a convicção do que afirmo: quem estuda e não desiste passa! E quem bate na trave e não desiste também passa. Todas as pessoas que estudavam comigo passaram. Obviamente que a estruturação de um planejamento ajuda e é importante. Acredito que uma ferramenta como o Tuctor, que não existia até algum tempo atrás, pode proporcionar uma grande ajuda. Mas minha principal recomendação é a seguinte: a aprovação decorre de estudo e persistência.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Primeiros colocados dão dicas sobre como estudar para concursos


Sacrifício e dedicação fizeram parte da trajetória de sucesso, dizem aprovados.
Mesmo 'campeões' em processos seletivos disputados prestaram vários concursos.

O objetivo de todo candidato que presta concurso público é conquistar uma vaga no setor público, independentemente da classificação final. Conseguir o primeiro lugar é, portanto, um mérito obtido após muita dedicação. Candidatos que conseguiram essa façanha trilharam um longo caminho, que inclui vários concursos prestados, até verem seus nomes no topo da lista de aprovados.

Veja os conselhos de quem passou em primeiro lugar em concursosMotivação Todo projeto de longo prazo terá momentos de ânimo e vontade de desistir. Procure se preparar para os dias de baixa: eles virão e você vai precisar aprender a lidar com eles. A motivação deve ser trabalhada diariamente. Todos os dias você pode e deve lembrar os motivos que o estão fazendo estudar, ter pl
anos, persistir.
Lazer e o estudo
Com organização, disciplina e força de vontade, é possível conciliar um estudo eficiente com uma vida onde haja espaço para lazer. A qualidade de vida associada às técnicas de estudo são muito mais produtivas do que a tradicional imagem da pessoa trancafiada estudando 14 horas por dia.
Administração do tempo
Faça um quadro horário, colocando nele todas as tarefas a serem realizadas, o que vai levá-lo a estabelecer prioridades. Também é recomendável que você separe tempo suficiente para dormir, fazer algum exercício físico e dar atenção à família ou relacionamento.
Humildade
Não queira parecer mais inteligente que o examinador ou criticá-lo. Preste atenção mesmo às questões fáceis ou aparentemente simples. Ao fazer uma prova, nunca perca de vista o objetivo: passar. O objetivo não é ser o primeiro colocado, e sim acertar as questões, tentar fazer o máximo de pontos, mas ficar feliz se acertar o mínimo para passar.
Provas
Em provas objetivas, seja metódico ao responder. Nas dissertativas, seja objetivo e mostre seus conhecimentos. O início e o final das dissertativas devem ser breves; o desenvolvimento (miolo) serve para demonstrar seus conhecimentos sobre o tema. Nessa parte, anote tudo o que você se recordar sobre o assunto e estabeleça relações. Se não tiver certeza a respeito de um comentário, adendo ou exemplo, elimine-o.
Simulados
Para os simulados, resolva questões e provas da matéria que estudou, como forma de fixar o conteúdo. Periodicamente, faça um concurso simulado, observando o tempo real da prova e o uso apenas do material permitido pelo processo seletivo. Outra dica boa é fazer os simulados oferecidos pelos cursos preparatórios.
Mudança de paradigma
Se você está acostumado a pensar numa prova apenas como aluno, aprenda a vê-la com os olhos do examinador. Em duplas ou grupos, passe a fazer provas e trocá-las para correção. Corrija-as como se fosse o próprio examinador. Você aprenderá a ver a prova com outros olhos e isto facilitará seu desempenho quando reassumir o papel de aluno. Treine para fazer provas orais reparando a postura e respostas do colega como se você fosse da banca.
Cores
O uso de mais de uma cor nas anotações estimula mais a atenção e o lado direito do cérebro. Pode-se correlacionar cores com assuntos ou com referências. Por exemplo, o que está em vermelho são os assuntos mais “quentes” para cair, o que está em azul são as exceções, os princípios podem ficar na cor verde, e assim por diante.
Leitura
Na primeira leitura, procure apenas a idéia principal, conteúdos importantes que sejam rapidamente captados. Essa primeira leitura é rápida, descompromissada, sem a preocupação com a compreensão total. Na segunda leitura faça uma análise melhor, comece a tirar conclusões pessoais, a criticar, concordar, anotar, sublinhar. Na terceira leitura, você já pode sintetizar, resumir. Ao final dela você já deverá sentir-se apto a fazer um texto sobre o tema.
Escrita
Comece a redigir todos os dias ou, pelo menos, toda semana. Separe horários específicos apenas para isso. Experimente começar a escrever um diário, poesias, contos, fazer descrições de objetos, narrar fatos ou problemas, dissertações sobre assuntos em geral e assuntos da matéria da prova, resumos de livros e filmes.

"Ser primeiro colocado é um 'acidente', algo que acontece. Apenas é o resultado de naquele dia, e naquele grupo, você ter tido o melhor resultado. A garra, a determinação e disciplina são necessárias para a aprovação de qualquer um, não só do primeiro", diz William Douglas, que passou em primeiro lugar em quatro dos sete concursos públicos em que foi aprovado, entre eles para juiz e defensor público.


Divulgação
William Douglas foi reprovado em seis concursos para então passar em sete - quatro deles em primeiro lugar. (Foto: Divulgação)

Mas antes dessa façanha ele conta que foi reprovado em seis concursos. Atualmente ele é juiz titular em Niterói e autor de 27 livros sobre técnicas e dicas de preparação para os exames. O mais conhecido, com 120 mil exemplares vendidos, é "Como passar em provas e concursos", publicado pela editora Campus/Elsevier.


"A preparação para concursos é um processo de amadurecimento. No início, não conseguia ficar nem 15 minutos estudando, não conseguia organizar meus horários nem vencer a tentação de ir para o lazer. Apenas com o tempo e com as reprovações descobri que não viraria o jogo se não me esforçasse mais. Outro ponto importante foi ver que valia a pena o sacrifício, pois depois eu teria tempo, estabilidade e dinheiro para aproveitar melhor a vida, além de poder ter uma função útil, algo que fizesse sentido", afirma.


Douglas conta que não tinha o sonho de ser o primeiro colocado. Apenas queria passar e conseguir a vaga. Para ele, para ser bem-sucedido, o candidato precisa aprender a organizar o tempo, administrar as prioridades e aprender a gostar de estudar, vendo o que o estudo pode oferecer de bom. "Qualquer pessoa pode se esforçar e mudar sua história, é possível reverter reprovações e transformá-las em caminho para futuras aprovações".


Ele cita dois de seus "mantras" para quem está em busca da conquista da vaga: "A diferença entre o sonho e a realidade é a quantidade certa de tempo e trabalho" e "Concurso público: a dor é temporária, o cargo é para sempre".


"Quero dizer com isso que para obter as coisas boas que o concurso público oferece é preciso uma boa dose de dedicação e persistência, e permancer no projeto o tempo suficiente para colher os frutos do investimento feito. Se a pessoa fizer isso, se aguentar o esforço, será premiada e conseguirá o que deseja."

Três aprovações

Rinaldo Aparecido da Silva, 41 anos, já prestou cinco concursos desde julho de 2007 e passou em três – na São Paulo Turismo (SPTuris) passou em primeiro lugar para contador, e espera ser chamado. Enquanto isso, trabalha como consultor de planejamento e análise de negócios em uma consultoria e pretende prestar ainda o concurso do Metrô de São Paulo para cadastro de reserva e para a Controladoria-Geral da União. Seu sonho é ser auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) ou do Estado, cargos para os quais o salário gira em torno de R$ 22 mil.


Arquivo Pessoal
Rinaldo Aparecido da Silva diz que lê três vezes o mesmo livro para fixar bem o conteúdo (Foto: Arquivo pessoal)

Para atingir seu objetivo, ele estuda no mínimo cinco horas por dia. Mas faz uma ressalva: sempre faz um intervalo de 10 minutos a cada 50 de estudo. “Dou uma volta, lavo o rosto, tomo um café. O importante é dar uma pausa”, diz.


Formado em dois cursos superiores (Ciências Contábeis e Administração de Empresas) e defensor ferrenho da leitura, Silva diz que lê três vezes os livros. “A primeira vez é para ter uma noção geral do assunto, a segunda para marcar com uma caneta vermelha as palavras-chaves e a terceira para fixar as matérias na cabeça”.


Outro conselho que Silva dá a quem está na luta por uma vaga é persistência. “A pessoa não pode desistir nem pensar em coisas negativas porque isso atrapalha a concentração. O cérebro tem que ficar focado no estudo. Dedicação é fundamental, leva tempo para absorver a informação.”


Além disso, ele mantém uma agenda na mesa de estudos para anotar possíveis lembranças que lhe vêm à mente durante os estudos, como contas para pagar e outros afazeres domésticos. Mas Silva não abre mão do lazer nos finais de semana. Procura viajar sempre com a namorada, que conheceu fazendo concurso público. Quando tem uma prova perto, ele leva o livro na viagem para estudar.



52 dicas p/Provas e Concursos!


2 Dicas para passar em Provas e Concursos 1. ATENÇÃO: SE VOCÊ NÃO SEGUIR ESSAS DICAS... ALGUÉM SEGUIRÁ! 2. A HORA É AGORA! Não se deixe enganar. A vida passa rapidamente. Não podemos ficar perdendo tempo para realizar nossos sonhos. Se você pensa que Concurso é como carnaval, que acontece todo ano, você acabará passando muitos carnavais e aniversários vendo seus amigos comemorarem o sucesso na faculdade, enquanto você fica de fora vendo o bonde passar. Não deixe para amanhã quando você pode passar hoje! 3. PASSAR NO CONCURSO É UM OBJETIVO DE VIDA Se quiser passar no vestibular, você deve transformá-lo no seu maior objetivo no momento. Abra mão de uma série de atividades como visitas a parentes e amigos. A preparação exige certa dose de egoísmo. Ninguém fará a prova por você. Você estará lá sozinho. Quando alcançar o sucesso, todos elogiarão sua dedicação e força de vontade. Então, mãos à obra: O importante agora é estudar! 4. CONSIGA O APOIO DE SUA FAMÍLIA O seu estudo depende da compreensão e apoio daqueles que o rodeiam. Quando você passar, todos que vivem com você terão a satisfação de ter um aprovado dentro do lar. Convença-os disso e de que precisa conseguir o máximo de tempo para estudar. A aprovação deve ser uma meta e uma conquista da família. O carinho dos pais e do(a) namorado(a) conforta e diminui o estresse. 5. NÃO DÊ ATENÇÃO A BOATOS Quase todo concurso gera a proliferação de histórias fantásticas: há pessoas que compraram as vagas, o gabarito vazou... Não perca tempo com esses boatos, preocupe-se somente com o concurso. Não dê ouvidos a comentários que possam desmotivá-lo. O importante é continuar estudando. Faça a sua parte! 6. SACRIFIQUE ALGUMAS ATIVIDADES Se você nada, faz inglês, dá aula de catecismo e trabalha voluntariamente em um hospital, você não terá tempo para estudar. Abandone tudo o que puder. Deixe todas essas atividades - e muitas outras para depois da prova. Mas, até lá, só deve haver uma meta: o concurso! Não considere o concurso como mais uma atividade, ele deve ser a atividade! 7. FIQUE POR DENTRO No concurso costumam aparecer questões sobre atualidades, inclusive como tema de redação. Preste atenção nos fatos econômicos, acontecimentos políticos e sociais mais recentes, tais como conflitos raciais, religiosos e culturais. Para se manter bem informado, leia boas revistas e um bom jornal em sua cidade. Atualmente o poder está nas mãos daqueles que detêm a informação. No concurso não é diferente. Fique ligado! 8. SEJA CHATO Época de preparação para o concurso é um período de total dedicação. Então: só fale no concurso; só pense no concurso; sonhe com o concurso; alimente-se do concurso; viva para o concurso; Depois, quando você passar, todos dirão que fez a coisa certa e será considerado um cara superinteligente e superlegal. 9. SAIBA INVESTIR Não pense em comprar milhares de livros, apostilas e toda a parafernália à disposição no mercado de concursos. Não compre por ser barato; compre por ter um bom texto explicativo, por ser atualizado e por conter questões de concursos. Compare as opções e escolha pelo critério qualidade. Peça opinião ao seu professor quanto ao material que deseja adquirir. Material não é custo, é investimento! 10. ESTUDAR É UMA ATIVIDADE PENOSA Estudar requer dedicação, paciência e zelo. Isso significa freqüentar cursinhos, perder festas, ficar trancado em um quarto por horas a fio, enquanto o Sol brilha lá fora e seus amigos o chamam para sair. Todavia, há uma recompensa, que será comemorada com uma festa maior que todas que você perdeu. Esse é o sacrifício para a conquista do seu futuro! 11. NÃO DESPERDICE O SEU TEMPO Todo minuto é precioso numa preparação para o concurso. Abra mão das atividades que o afastarem excessivamente do estudo. Relaxar é preciso, mas da forma adequada. Ir a festas e chegar de madrugada pode fazê-lo perder boa parte do dia seguinte. Prefira atividades leves, que distraiam a sua mente sem estressá-lo ou sujeitá-lo a esforços físicos exagerados. Nãoperca tempo! Otimize seu dia! 12. NÃO MENOSPREZE OS OUTROS CANDIDATOS Às vezes, os candidatos ao nosso redor não estão se dedicando e achamos que o concurso será fácil. Não se iluda! Pelo Brasil afora são milhares de candidatos e muitos seguem dicas de como as que você está lendo. Então, cuidado, não pense que é o único que está verdadeiramente querendo passar em concurso. Estude pois: Há muitos que também estão empenhados! 13. TENHA PACIÊNCIA As coisas quase nunca acontecem na velocidade de desejamos. Assim, para manter seu ânimo, enfrente com paciência as adversidades que forem surgindo, tais como demora na entrega de livros que pedimos pelo correio, uma "perda de tempo" muito grande para absorvermos determinados assuntos, o ritmo de certas matérias do cursinho... Encare com naturalidade essas coisas e procure administrá-las da melhor maneira possível. 14. DIGA NÃO ÀS DROGAS Não use artifícios químicos para se manter acordado estudando ou se acalmar na hora da prova. Esses elementos podem diminuir sua capacidade de concentração, bem como sua capacidade de aprendizado. Assim, se tiver sono, tome um banho ou faça alguns exercícios de alongamento. Não brinque com sua saúde nessa fase de preparação. No dia de prova você precisa estar 100%! Portanto, pense bem antes de ingerir doses cavalares de café, guaraná ou calmantes. 15. FUJA DA TELEVISÃO Cuidado: a telinha tão amiga pode tomar tempo demais. Você sabe que é impossível assistir, caiu na armadilha: "só mais esse programa". Não se deixe levar. Você precisa de tempo e de estar descansado. Se você for viciado em futebol ou novela, discipline-se, só assista ao compacto do jogo ou peça que contem o capítulo da véspera. TV - quanto menos, melhor! 16. MAS NÃO FUJA TANTO Já vimos que nesse período de preparação para concurso, todo tempo deve ser aproveitado. Portanto, se você insiste em ver televisão, aproveite para acordar mais cedo (cinco ou seis da manhã, que tal?) e assista às aulas do telecurso. Outra boa idéia é alugar fitas de vídeo didáticas. Essas são algumas maneiras de relaxar aprendendo. 17. ENCONTRE GUIAS DE ESTUDO Muitas vezes, em meio ao milhão de matérias que precisamos estudar, ficamos baratinados, sem saber por onde começar. Um cursinho pode ser uma boa saída, pois dita um ritmo e direciona o estudo. Mesmo que não cubra todos os detalhes, mostra o que deve ser estudado e aprimorado em casa. Em um cursinho, você conhecerá pessoas que poderão indicar livros e lhe fornecer provas já realizadas e novos exercícios. 18. PROGRAME O SEU DIA-A-DIA EM FUNÇÃO DO CONCURSO Não perca aulas do cursinho ou colégio devido a outras obrigações. O tempo planejado de estudo e as aulas são o que há de mais importante no momento. Comprometa horários do seu dia para estudar. Não abra exceções. Fuja daquelas idéias: "só hoje..."; "isso só acontece uma vez por ano...". Esse esforço é o preço do sucesso. O seu dia e sua rotina devem ser planejados para que você obtenha o máximo de tempo possível para estudar. A conquista do seu futuro! 19. NÃO SE APRESSE Estudar sempre que pode não significa ler mil páginas por semana. Seja incansável, mas não apressado. Leia com calma, entenda os conceitos, resolva muitas questões sobre cada tema. Preocupe-se em assimilar as informações, não apenas em obtê-las. Assim, seu objetivo deve ser aprender e não acabar o livro. Leia com atenção linha a linha e faça resumos: Apreenda o que você estudou! 20. SEJA UM POUCO ANTI-SOCIAL Aprenda a recusar convites. Não se sinta obrigado a almoçar com colegas ou coisas do gênero. Não importa que o chamem de estranho. Quando passar no concurso, virará excêntrico. Não importa que o chamem de neurótico: é melhor ser um neurótico aprovado do que um suposto normal freqüentando o cursinho de novo... 21. SEJA EGOÍSTA (OU QUASE...) Deixe por uns tempos de visitar parentes distantes, perca festas familiares e reuniões do gênero. Concurso não rima com badalação. Nessa etapa da vida, você não pode se dar o luxo de se preocupar demais

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Especialistas traçam estratégias para candidato passar em concurso.


Ricardo Ferreira: "Se não está disposto a sacrifícios é melhor não jogar nem tempo nem dinheiro fora"

Especialistas da área de concursos públicos estão em São Paulo para orientar candidatos que pretendem começar a estudar ou já se encontram em plena maratona de preparação por uma vaga no setor público. O G1assistiu a três delas, que estão sendo ministradas na Feira do Concurso, que começou na sexta (12) e acaba neste sábado (13). Os temas foram dicas de estudos e estratégias para enfrentar a jornada que pode levar anos até a conquista do cargo público.

Sacrifício e calma
Ricardo Ferreira, dono da Editora Ferreira, especializada em concursos públicos e uma das organizadoras da feira, diz que quem quer passar em concurso tem que pensar bem nas renúncias que terá de fazer. “Quer abandonar o chopinho com os amigos? Está disposto a deixar de ir a baladas? Está preparado para perder o namorado? Não tem moleza. É muito estudo e determinação. Se não está disposto a sacrifícios é melhor não jogar nem tempo nem dinheiro fora”, diz.

Ferreira afirma que o percentual de desistência nas turmas básicas do curso preparatório onde dá aula é de 60% a 80%.

Ele indica que o candidato estude no mesmo dia matérias que não tenham relação entre si, como por exemplo português, matemática, direito e informática. “Recomendo estudar entre uma hora e uma hora e meia cada disciplina, alternando as matérias completamente diferentes uma da outra”.

Mas o especialista alerta: quantidade de tempo de estudo não é sinônimo de aprovação. “Não adianta estudar 10 horas sem concentração, pensando em questões familiares, por exemplo. É possível estudar três horas por dia e tomar a vaga de quem estuda 10 horas sem trabalhar”, afirma.

Ferreira ressalta que não basta estudar bastante, é preciso resgatar a informação do cérebro no momento da prova. Para isso, segundo ele, é preciso ter controle emocional. “Pessoas que estudam parte do conteúdo programático e na hora da prova estão mais calmas têm mais chances de passar do que quem estudou 100% do conteúdo e fez a prova nervoso”.

O especialista recomenda que o candidato defina antes de mais nada a área em que pretende trabalhar para começar a estudar as disciplinas básicas que sempre caem nos concursos dos cargos relacionados. Ele cita como exemplo a área fiscal, que contempla, por exemplo, os cargos de auditor da Receita Federal e fiscal de rendas nos estados, cujas matérias são português, direito tributário, contabilidade e direito administrativo.

Técnicas de estudo e aprovação

José Wilson Granjeiro, especialista em direito administrativo e diretor-presidente do grupo Gran Cursos, divulgou uma pesquisa realizada com estudantes da rede que passaram entre os 10 primeiros lugares em concursos.

Para José Wilson Granjeiro, candidato deve ter inteligência, maturidade, pensamento positivo e resistência (Foto: Marta Cavallini/G1)

Segundo o levantamento, 62% deles estudaram de 4 a 6 horas por dia, 38% acima de 6 horas, chegando até 10 horas. Dentre os aprovados, 68% passaram antes de completar 1 ano de estudo, 19% de 1 a 2 anos e 13% de 2 a 3 anos de preparação. Sobre os métodos de estudo, 73% elaboraram resumos para estudar, 97% revisaram as disciplinas às vésperas da prova e 81% não usaram técnicas específicas de concentração nem memorização.

A maioria é jovem e tem curso superior: 78% têm menos de 29 anos, 22% entre 30 e 47 anos, 84% têm curso superior e 16% possuem nível médio.

“Esses candidatos dedicaram mais dias de estudo às matérias de maior peso e muitos preferem estudar em grupo para melhorar a concentração”, diz.

De acordo com o especialista, o candidato deve ter inteligência (curiosidade intelectual e vontade de aprender), maturidade (conhecer suas limitações e fraquezas), pensamento positivo para enfrentar possível reprovação e tomá-la como aprendizado e resistência para enfrentar a maratona de estudos.

Ele diz que o candidato deve criar o hábito de estudar por um período determinado e no mesmo horário todos os dias, além de cultivar hábitos de concentração. “Aí ele se acostuma com a rotina e aprende a preparar o cérebro para receber as informações. Deve haver uma pausa entre o trabalho e o estudo”, diz.

Granjeiro recomenda que o candidato faça três leituras do material de estudo: uma para quebrar o gelo com o assunto e as demais para destacar os principais tópicos. E também três resumos: um grande, outro médio e o terceiro pequeno, cada um incorporando as informações do anterior.

O professor recomenda que o candidato parta das últimas cinco provas do concurso para selecionar o material de estudo. “Aí ele vai perceber que as questões das provas se repetem muito”, comenta.

Durante a prova

Carlos Alberto de Lucca, coordenador geral do Siga Concursos, falou sobre procedimentos no dia da prova. Ele recomenda que o candidato leve analgésico, algo para comer como biscoito, barra de cereal ou fruta e água para o local do exame. Apostilas, livros e resumos devem ficar em casa. “Aí ele fica preocupado com o que não estudou”, afirma. “E prova não é local para fazer amigos, todo mundo que está lá não quer que você passe”, diz.

De Lucca diz que é importante o candidato folhear primeiro o caderno de provas, ler as instruções, a quantidade mínima de acertos em cada matéria e a ordem das disciplinas. “Em concursos há variados graus de dificuldade nas questões. Então comece pelas mais fáceis e tome cuidado com as que parecem mais simples de serem resolvidas, pois pode ser ‘pegadinha’, aí o candidato subestima, faz rápido e acaba errando”, diz.

Na prova de interpretação de textos em português e inglês, De Lucca recomenda que o candidato leia primeiro as alternativas e só depois o texto. No caso da prova de redação ele acha perigoso o candidato optar por fazê-la antes da prova objetiva porque ele pode se estender demais escrevendo o texto e terá menos tempo para responder as questões de múltipla escolha.

No caso das matérias de direito, ele indica que sejam feitas antes as questões mais curtas. “Bom senso para responder não adianta, tem que saber as leis”, alerta.

E, segundo ele, o candidato deve reservar 40 minutos para o preenchimento do gabarito porque se preencher à medida que responde não terá como mudar depois caso queira modificar a resposta.

10ª DICA: RESUMO PARA A PROVA

Como citei muitas técnicas, vou fazer um resumo para você lembrar no dia da prova. A técnica que usarei é a do processo mnemônico.Pense na frase:

Até cair foi legal, administrei, revi e descansei. Agora, repare que a frase é a ligação para uma série de palavras/técnicas:

Até cair foi legal, administrei, revi e descansei.

Não leve isto anotado para o dia da prova pois, embora não o seja, pode ser considerado como "cola". Memorize a frase e, ao receber seu material de prova, escreva no caderno de questões ou folha para rascunho. Usando a técnica, você lembrará as coisas mais importantes para a prova.

At - atitude e atenção

Ca - calma e tranqüilidade

Fo - foco

Le - ler as instruções aos candidatos e ler a prova com atençãoAdminist - administrar o tempo e administrar o que não sabe

Revi - revisões 1 e 2

Descansei - intervalos, situação, atitude

At - atitude e atenção. Lembre que fazer provas é um privilégio, uma oportunidade, que muitos queriam estar onde você está, lutando por seus sonhos. E tenha atenção, não fique voando.

Ca - calma e tranqüilidade. Um candidato calmo rende mais. Se preciso, respire lentamente até se acalmar. Divirta-se.

Fo - foco. O objetivo é passar e, para passar, a atitude correta é: fazer a melhor prova que eu puder fazer hoje, devo mostrar meus conhecimentos com clareza e objetividade para deixar o examinador feliz.

Le - ler as instruções aos candidatos e ler a prova com atenção. Ler as instruções vai ajudá-lo a fazer a prova corretamente; ler as questões vai fazer você descobrir o que o examinador realmente quer saber de você (e não o que você gostaria que ele perguntasse). O examinador precisa ser atendido.

Administ - administrar o tempo e administrar o que não sabe. O tempo se administra fazendo as contas e, claro, treinando antes, para ter prática de fazer provas. Administrar o que não se sabe é decidir deixar em branco ou mostrar o que for possível de conhecimento.

Revi - revisões 1 e 2. E, se necessário, o uso da técnica VMR.

Descansei. Implica bom uso dos intervalos para melhorar seu rendimento, em "descansar" na idéia (atitude) de que concurso se faz até passar, que se deve exigir apenas o melhor possível, que a situação é favorável (na prova, você ou vai passar ou vai ver onde precisa melhorar).*

*Para aqueles que, como eu, acreditam que "todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus" (Romanos 8: 28), também é possível "descansar" nessa idéia. Assim, se você acredita em Deus, pode e deve se acalmar com a ajuda d´Ele.

9ª DICA: 1 - exercícios

Comece a redigir todos os dias ou, pelo menos, toda semana. Separe horários específicos apenas para redigir. Faça redação geral, de apoio e específica.C9, I5, p. 240. Como diz o brocardo latino Fiat fabricandun faber, fazer se aprende fazendo. Ou melhor, é indicado obter primeiro uma base teórica, mas a perfeição só adquire-se com a prática. Experimente começar a escrever um diário, poesias, contos, fazer descrições de objetos, narrar fatos ou problemas, dissertações sobre assuntos em geral e assuntos da matéria da prova. Faça resumos de livros, filmes, etc.

Treine fazer descrições bem completas, identificando tudo o que caracteriza a coisa descrita e a distingue das demais.

Façamos um exercício: Descreva um pão de queijo.

Isto mesmo. Pare a leitura, pegue uma folha e comece a trabalhar. [Descreva um pão de queijo.

Já descreveu?

Vamos lá, pegue uma folha em separado e descreva um pão de queijo.

Estou esperando...

esperando...

esperando...

Pronto. Acabou?

Vamos "corrigir" ?

Primeiro passo:

Pegue novamente folha em anexo e

1 - Veja a "cara" dela. Está bonita?

2 - Por melhor que esteja, tenho certeza que dá para melhorar. Faça isso.

Já fez?

Estou esperando...

esperando...

esperando.

Experimente conferir se sua descrição pode ir um pouco mais fundo, passando para o campo da dissertação, onde você pode desenvolver idéias, juízos, valor.

Ótimo. Agora diga-me se você descreveu bem um pão de queijo.

Veja se falou do seu tamanho, cor, temperatura ideal, sabor, composição (massa, queijo, tempero, etc.), odor, textura, acompanhamentos ideais (café, refrigerante, etc.), origem (Minas Gerais), ocasiões e modo de consumo, variedades (simples, com pedaços de outros ingredientes, com doce de leite, etc.), sua utilidade para reuniões, lanches rápidos, tira-gostos, etc., lojas especializadas em vender pão de queijo, se faz diferença ser feito no forno de fogão ou em microondas, sua primeira, melhor e pior experiência com um pão de queijo, eventuais comparações com outros tipos de pão (francês, pão de batata, pão integral), etc.

Você falou nisso tudo?

Se você não falou é porque não quis, não teve paciência ou não está treinado para levar a sério a tarefa de escrever. Vamos, eu tenho certeza que você pode fazer um trabalho excepcionalmente bonito. Tente agora outra descrição.

Que tal o pão francês?

Outro treino útil será experimentar contar uma história, isto é, fazer uma narração, com todos os seus elementos: personagem (um pão de queijo que adquiriu vida), ação, espaço, tempo em desenvolvimento, enredo ou trama e narrador. Escrever uma história irá ajudar muito na construção daquela já mencionada estrada que liga o cérebro à caneta e esta ao papel.

Se você sabe descrever um pão de queijo, saberá certamente descrever qualquer outra coisa que conheça, da vida ou da matéria que cairá na prova.Em provas jurídicas, uma das questões que os candidatos consideram mais complicadas é descrever a natureza jurídica de alguma coisa. Ora, natureza significa, nesta acepção, espécie ou qualidade. Natureza jurídica será absolutamente a mesma coisa dentro desse universo específico. Para descrever-se a natureza jurídica de algo, basta dizer o que tal coisa é na essência, quais as suas características e o que a distingue das demais. Se você conhece a coisa e sabe escrever, estas questões não serão mais um problema.

8ª DICA: COMO DEFINIR O PRAZO PARA SER APROVADO

1 PRAZO PARA APROVAÇÃO

Essa é a regra de ouro do candidato. Não defina prazos: estabeleça um objetivo e tenha a persistência necessária para alcançá-lo. Como dizia o maior vendedor do mundo: "O fracasso nunca me alcançará se minha vontade de vencer for suficientemente forte".

Além do mais, o fracasso é uma situação ou um momento, nunca uma pessoa. Como já disse, você pode acumular concursos em que não passou mas bastará uma aprovação para "resolver" o problema. E, de mais a mais, um resultado negativo sequer pode ser considerado um fracasso, porque sempre se ganha experiência para o próximo concurso (C23). Outro equívoco é o da pessoa que após um ou dois reveses resolve mudar de carreira ao invés de persistir em seu intento.

O título deste Capítulo contém uma pequena armadilha: Como definir o prazo para ser aprovado é exatamente não buscar a sua definição. O que devemos definir é o objetivo a ser buscado o quanto for suficiente. Um dos motivos é o fenômeno da agregação cíclica.